Cães Pequenos Que Rosnam ao Serem Pegos no Colo

Cães Pequenos Que Rosnam ao Serem Pegos no Colo: Como Entender e Corrigir o Comportamento com Carinho

Treinamento e Comportamento

Seu cãozinho, tão fofo e pequeno, de repente solta um rosnado ao ser pego no colo? Essa situação, comum entre cães pequenos, pode ser bastante desconcertante para tutores de primeira viagem ou para quem pensa em adotar um pet de pequeno porte. Afinal, o que era para ser um gesto de carinho se transforma em um sinal de alerta. Será que ele não gosta de você? Será que está com dor? E, mais importante, como resolver isso sem brigar com seu melhor amigo?

Neste guia completo, vamos desvendar os mistérios por trás do rosnado quando seu cão pequeno é pego no colo, oferecendo soluções práticas e gentis para transformar esse momento em pura alegria. Com base em pesquisas aprofundadas sobre comportamento canino e as melhores práticas de adestramento com reforço positivo, você aprenderá a identificar a causa do problema e a aplicar técnicas eficazes que fortalecem o vínculo e a confiança. Prepare-se para entender seu pet como nunca e corrigir esse comportamento com a paciência e o carinho que ele merece, focando nas particularidades dos cães de pequeno porte.

Meu Cachorro Rosna ao Ser Pego no Colo: O Que Ele Quer Me Dizer?

É natural sentir um choque e até um pouco de tristeza quando seu cão pequeno rosna ao ser pego no colo. Afinal, o colo é um lugar de carinho e segurança, certo? No entanto, entender o porquê desse comportamento é o primeiro e mais importante passo para corrigi-lo. O rosnado do seu cachorro não é um ato de maldade ou desobediência; é uma forma vital de comunicação.

O Rosnado Como Comunicação: Um Aviso Crucial

Pense no rosnado como a voz do seu cão dizendo: “Não estou confortável!” ou “Preciso de espaço!”. É o último aviso antes que ele se sinta forçado a reagir de forma mais intensa, como morder.

  • Não Puna o Rosnado: É um erro comum (e perigoso) punir ou repreender um cão por rosnar. Se você o fizer, ele pode aprender que rosnar não funciona como aviso e, da próxima vez, pulará essa etapa e irá direto para a mordida. Imagine que você está com dor e, ao gemer, alguém te repreende; na próxima vez, você pode não gemer, mas a dor ainda estará lá e você poderá reagir de forma mais drástica.
  • Respeite o Aviso: O rosnado indica que algo está errado do ponto de vista do seu cão. Seu papel é investigar a causa e trabalhar para resolver o problema, não silenciar a comunicação.

Causas Mais Comuns: Desvendando o Motivo do Rosnado

Existem várias razões pelas quais um cão pequeno pode rosnar quando pego no colo. Algumas são físicas, outras comportamentais.

  • Dor ou Desconforto Físico: Esta é a primeira e mais importante causa a ser descartada. Cães pequenos, com sua estrutura óssea delicada, são propensos a problemas como:
    • Luxação de patela: Uma condição comum em raças pequenas onde a patela (rótula) sai do lugar.
    • Doenças degenerativas da coluna: Como hérnias de disco, que causam dor intensa ao serem manipuladas.
    • Artrite ou outras condições articulares: Especialmente em cães mais velhos.
    • Lesões imperceptíveis: Uma pequena torção, um arranhão, ou até mesmo um corte na pele podem causar sensibilidade.
    • Como identificar: Observe se o rosnado é acompanhado de mancar, tremores, rigidez, choramingos, ou se ele reage a toques em certas áreas. Uma consulta veterinária é fundamental para examinar seu cão e descartar qualquer problema de saúde antes de iniciar um treinamento comportamental.
  • Medo e Insegurança: Muitos cães pequenos se sentem vulneráveis ou perdem o senso de controle quando são levantados do chão.
    • Medo de Altura/Queda: Para um cão pequeno, ser subitamente suspenso pode ser assustador, pois eles não têm controle sobre essa movimentação. O medo de cair é real.
    • Manipulação Inadequada: Ser pego de forma brusca, sem suporte adequado ao corpo (especialmente o traseiro e a coluna), ou ser apertado demais pode causar dor e desconforto físico, levando ao medo da manipulação.
    • Perda de Controle: Cães gostam de ter opções. Ser pego no colo significa perder a capacidade de ir para onde quiser, o que pode gerar ansiedade.
  • Guarda de Recursos: O colo do tutor, ou até mesmo o ambiente em que o cão está no momento, pode ser visto como um “recurso” valioso que ele precisa proteger.
    • Ciúmes/Possessividade: O cão pode ver o colo do tutor como seu território exclusivo, defendendo-o de outros pets ou até mesmo de pessoas.
    • Guarda de Objeto/Lugar: Se o cão está em seu cantinho preferido, com um brinquedo ou mordedor, e é pego no colo de repente, ele pode estar rosnando por sentir que seu “recurso” está sendo ameaçado.
  • Falta de Socialização/Habituação: Alguns cães simplesmente não foram acostumados a ser pegos no colo de forma positiva desde filhotes.
    • Experiência Limitada: Se um cão passou a maior parte de sua vida sem ser manipulado ou pego no colo regularmente, ele pode não ter desenvolvido a tolerância e o conforto com essa ação.
    • Conexão Negativa: A primeira vez que foi pego, ele pode ter se assustado ou se machucado, criando uma associação negativa duradoura.
  • Experiências Negativas Anteriores: Um trauma isolado pode ser o suficiente para desencadear o rosnado.
    • Quedas, Apertões ou Dor: Se o cão sofreu uma queda do colo, foi apertado acidentalmente ou sentiu dor em alguma ocasião ao ser pego, ele associará o ato de ser levantado a algo negativo.

Sinais de Alerta Além do Rosnado: A Linguagem Corporal do Cão

Antes mesmo do rosnado, seu cão provavelmente estará enviando sinais de que está desconfortável. Aprender a ler essa linguagem corporal é crucial para intervir antes que a situação escale.

  • Sinais de Tensão:
    • Bocejos (sem sono): Sinal de estresse.
    • Lamber os lábios: Tentativa de se acalmar ou de desviar a atenção.
    • Orelhas para trás ou coladas na cabeça: Indica medo ou submissão.
    • Corpo tenso, rígido: Sinal de desconforto e prontidão para reagir.
    • Rabo entre as pernas ou rígido e baixo: Medo ou ansiedade.
    • Desviar o olhar ou virar a cabeça: Tentativa de evitar a interação.
    • Abaixar a cabeça: Postura de submissão ou medo.
    • Arrepiar os pelos: Sinal de medo ou agressividade (especialmente na região da nuca).

Ao identificar e entender esses sinais, você pode abordar o comportamento do seu cão com mais empatia e eficácia, evitando que ele precise rosnar para se comunicar. O objetivo é construir uma relação de confiança onde ele se sinta seguro e confortável em suas mãos.

Preparando o Terreno: Dicas Essenciais Antes de Tentar Pegar no Colo

Antes de iniciar qualquer tipo de treinamento para corrigir o rosnado do seu cão pequeno ao ser pego no colo, é fundamental criar um ambiente seguro e uma abordagem que minimize o estresse e maximize as chances de sucesso. Pense nisso como a fundação de uma casa: se ela for fraca, a estrutura inteira pode falhar. A preparação adequada garante que seu pet se sinta mais seguro e receptivo às novas experiências.

Descartando a Dor: A Visita Crucial ao Veterinário

Este é o primeiro e mais importante passo, e não pode ser negligenciado. Um cão que rosna ao ser manipulado pode estar expressando dor, e nenhum treinamento comportamental resolverá um problema físico.

  • Por que é Importante? Cães pequenos são especialmente propensos a condições que podem causar desconforto quando são levantados, como problemas na coluna vertebral (hérnias de disco), luxação de patela, artrite, ou até mesmo lesões musculares que não são visíveis. Um simples aperto em uma área sensível pode gerar uma reação de dor e, consequentemente, um rosnado.
  • O Que Fazer: Agende uma consulta com seu veterinário de confiança. Explique exatamente como e quando o rosnado ocorre. O veterinário fará um exame físico detalhado, podendo solicitar exames complementares (como radiografias) para descartar qualquer condição médica subjacente que esteja causando a dor. “Veterinários comportamentalistas sempre enfatizam que 90% dos problemas de agressividade por manipulação em cães podem ter uma raiz física. Descartar a dor é, portanto, a primeira e mais crucial etapa,” afirmam especialistas da área.

Crie um Ambiente Seguro e Sem Distrações

O ambiente onde você pratica o treinamento é tão importante quanto o próprio treinamento. Um local calmo ajuda seu cão a se concentrar e a se sentir mais seguro.

  • Escolha um Local Tranquilo: Opte por um cômodo da casa onde vocês não serão interrompidos por outras pessoas, animais ou ruídos altos. Isso permite que seu cão foque em você e na tarefa.
  • Minimize Distrações: Guarde brinquedos que ele possa querer proteger, feche a porta, desligue a televisão. O objetivo é ter a atenção total do seu cão e evitar que ele se sinta “competindo” por algo ou alguém.
  • Familiaridade: Comece em um local que seu cão já conhece e se sinta confortável, como a sala de estar ou um quarto.

Posicione-se Corretamente: Respeite o Espaço do Seu Cão

A forma como você se aproxima e se posiciona em relação ao seu cão pode impactar diretamente a reação dele.

  • Abaixe-se ao Nível Dele: Para um cão pequeno, ser abordado por uma figura grande e imponente de cima pode ser assustador e ameaçador. Sempre abaixe-se até o nível do seu cão. Agache, ajoelhe ou sente-se no chão. Isso o torna menos intimidante e mais convidativo.
  • Evite Abordagens de Cima: Estender as mãos de cima para baixo sobre a cabeça do cão pode ser interpretado como um gesto de dominação ou ameaça. Em vez disso, aproxime suas mãos lateralmente ou por baixo.
  • Convidativo, Não Ameaçador: Adote uma postura corporal relaxada, com os ombros para baixo e o corpo levemente virado de lado (não de frente). Isso demonstra que você não é uma ameaça.

Use Petiscos e Elogios: O Poder do Reforço Positivo

O reforço positivo é a ferramenta mais poderosa no adestramento e na mudança de comportamento. Ele cria associações prazerosas com a ação de ser pego no colo.

  • Petiscos de Alto Valor: Tenha à mão petiscos que seu cão ama de verdade. Pense em algo que ele não ganha sempre, como pedacinhos de queijo, frango cozido, ou salsicha. Isso aumenta o valor da recompensa e a motivação dele para cooperar.
  • Elogios Entusiasmados: Use uma voz calma, alegre e entusiasmada. Diga “Muito bem!”, “Bom garoto/a!” com carinho. A combinação de petiscos e elogios cria uma experiência superpositiva.
  • Timing Perfeito: Recompense seu cão imediatamente no momento em que ele demonstra um comportamento desejado (mesmo que seja apenas tolerar sua mão se aproximando). O timing é crucial para que ele associe a recompensa à ação correta.

Evite Conflito: Nunca Force a Situação ou Puna o Rosnado

A paciência e o respeito pelos limites do seu cão são fundamentais para construir confiança e evitar que o problema piore.

  • Respeite o Rosnado: Como já abordado, o rosnado é um aviso. Se seu cão rosnar, pare imediatamente o que você está fazendo. Isso mostra a ele que você entende e respeita seu aviso. Se você continuar forçando, ele pode sentir que não tem outra opção a não ser morder.
  • Não Puna: Nunca grite, bata, sacuda ou puna seu cão por rosnar. Punir o rosnado apenas ensina o cão a reprimir esse aviso, tornando-o mais propenso a morder sem pré-aviso no futuro, o que é muito mais perigoso. “O rosnado é a voz do cão. Silenciá-la sem resolver a causa é como desativar o alarme de incêndio enquanto a casa pega fogo,” ilustram muitos treinadores de cães.
  • Avance no Ritmo Dele: Cada cão tem seu próprio ritmo de aprendizado e adaptação. Esteja preparado para sessões curtas e progrida lentamente. Se seu cão mostrar sinais de estresse, recue um passo e tente novamente depois.

Ao seguir essas dicas de preparação, você estará construindo uma base sólida de confiança e segurança, que é essencial para transformar o medo ou desconforto do seu cão em um comportamento positivo e receptivo ao colo.

Técnicas para Ensinar Seu Cão a Amar o Colo (Passo a Passo)

Uma vez que você descartou qualquer dor física e preparou o ambiente, é hora de começar o treinamento prático para que seu cão pequeno associe o colo a algo positivo. O segredo aqui é o reforço positivo, utilizando duas técnicas comportamentais poderosas: a dessensibilização e o contracondicionamento.

Dessensibilização e Contracondicionamento: O Caminho para a Confiança

  • Dessensibilização: Significa expor o cão ao estímulo que ele teme (ser pego no colo) de forma muito gradual e controlada, em um nível tão baixo que ele não reage negativamente.
  • Contracondicionamento: Significa mudar a emoção do cão em relação a esse estímulo. Em vez de sentir medo ou ansiedade, ele passará a associar o ato de ser pego no colo a coisas boas e prazerosas, como petiscos deliciosos.

Vamos ao passo a passo:

  • Passo 1: Associação Positiva (Sem o Colo)
    • Objetivo: Fazer seu cão associar sua presença e a aproximação das suas mãos a algo extremamente positivo.
    • Como Fazer: Aproxime-se do seu cão calmamente. Quando ele estiver relaxado e sem sinais de estresse, apenas aproxime suas mãos (sem tocá-lo ainda), como se fosse pegá-lo. No instante em que ele demonstrar calma ou não rosnar, elogie-o com entusiasmo (“Muito bem!”, “Bom garoto!”) e ofereça um petisco de alto valor.
    • Repita: Faça isso várias vezes ao dia, por alguns minutos de cada vez. O objetivo é que ele veja suas mãos se aproximando como um sinal de que algo bom está para acontecer.
  • Passo 2: O Toque Leve
    • Objetivo: Habituar seu cão ao toque em áreas onde você o pegaria, sem realmente levantá-lo.
    • Como Fazer: Após o sucesso do Passo 1, comece a tocar levemente o peito, a barriga e a parte traseira do seu cão com suas mãos. Toque por um ou dois segundos. Imediatamente após o toque, elogie e dê um petisco. Se ele demonstrar qualquer sinal de desconforto, pare, recue e tente um toque ainda mais leve ou mais breve na próxima vez.
    • Repita: Pratique isso em várias sessões curtas, aumentando gradualmente a duração e a leveza do toque. O objetivo é que ele relaxe com o toque nessas áreas.
  • Passo 3: Elevando Ligeiramente
    • Objetivo: Introduzir o movimento de levantamento de forma mínima, sem causar medo.
    • Como Fazer: Abaixe-se até o nível do seu cão. Posicione suas mãos corretamente para pegá-lo (veja a próxima subseção). Em vez de levantá-lo totalmente, erga-o apenas alguns centímetros do chão por 1 a 2 segundos. Mantenha o contato visual, elogie calorosamente e ofereça o petisco enquanto ele está no ar. Rapidamente, coloque-o de volta no chão e recompense novamente.
    • Repita: Execute este passo em sessões curtas, com várias repetições. A ideia é que a experiência de ser levantado seja tão rápida e positiva que ele não tenha tempo de ficar ansioso.
  • Passo 4: Tempo no Colo
    • Objetivo: Aumentar gradualmente o tempo que seu cão passa no colo, sempre de forma positiva.
    • Como Fazer: Comece como no Passo 3, levantando o cão por alguns segundos. Mantenha-o no colo por 3 a 5 segundos, elogiando e oferecendo petiscos continuamente enquanto ele estiver no seu colo. Antes que ele demonstre qualquer sinal de desconforto (bocejar, lamber os lábios, rosnar), coloque-o de volta no chão e recompense-o novamente.
    • Aumente Gradualmente: A cada sessão, aumente o tempo no colo em pequenos incrementos (5 segundos, 10 segundos, 30 segundos, 1 minuto, etc.). Faça o momento no colo o mais agradável possível, com carinhos e petiscos.
    • Observação de Especialista: “Adestradores experientes em cães pequenos observam que o sucesso do contracondicionamento depende da capacidade do tutor de ‘ler’ os sinais do cão e encerrar a sessão antes que ele atinja o nível de estresse. Isso garante que cada experiência termine positivamente,” um ponto crucial para o sucesso.

Como Pegar um Cão Pequeno Corretamente: Segurança e Conforto

A forma como você pega seu cão é vital para que ele se sinta seguro e não sinta dor. Um levantamento inadequado pode ser a causa do rosnado.

  1. Aproxime-se Calmamente: Abaixe-se ao nível do seu cão. Fale com ele em tom suave e amigável.
  2. Use Ambas as Mãos: Nunca tente pegar um cão pequeno com apenas uma mão ou de forma brusca.
  3. Apoie o Peito e a Parte Traseira:
    • Coloque uma mão por baixo do peito dele, entre as patas dianteiras, dando suporte à parte superior do corpo.
    • Coloque a outra mão por baixo do traseiro e das patas traseiras, sustentando o corpo por completo.
  4. Mantenha o Corpo Alinhado: Levante-o com cuidado, mantendo a coluna e o corpo dele o mais reto e apoiado possível. Evite que ele fique balançando ou com as patas penduradas.
  5. Traga-o Perto de Você: Uma vez no colo, mantenha-o perto do seu corpo, o que aumenta a sensação de segurança e reduz o medo de altura.
  6. Calma e Firmeza: Suas mãos devem ser firmes o suficiente para dar segurança, mas gentis para não apertar. Mantenha a calma em todo o processo.

Consistência e Paciência: As Chaves do Sucesso

Corrigir um comportamento enraizado leva tempo e dedicação.

  • Processo Gradual: Não espere resultados da noite para o dia. Este é um processo de construção de confiança e associação positiva que pode levar semanas ou até meses, dependendo do histórico e do nível de medo do seu cão.
  • Pratique Diariamente: Sessões curtas e frequentes (5-10 minutos, várias vezes ao dia) são mais eficazes do que uma sessão longa e exaustiva.
  • Todos na Família: Certifique-se de que todos os membros da família sigam as mesmas técnicas e usem o mesmo método de reforço positivo.

Exemplo Prático de Treinamento:

Imagine a Maria e seu Pinscher Miniatura, Bolt, que rosna toda vez que ela tenta pegá-lo.

  • Dia 1-3 (Passo 1): Maria senta no chão perto de Bolt. Ela aproxima a mão, elogia “Bom garoto!” e dá um pedacinho de frango. Ela repete isso 10 vezes em 3 sessões, por 5 minutos cada. Bolt começa a olhar para a mão dela e abanar o rabo, esperando o petisco.
  • Dia 4-7 (Passo 2): Maria continua como antes, mas agora ela toca levemente o peito de Bolt por 1 segundo, elogia e dá o frango. Ela aumenta o tempo do toque para 2-3 segundos, e Bolt permanece relaxado.
  • Dia 8-10 (Passo 3): Maria posiciona as mãos sob Bolt. Ela o ergue 2 centímetros do chão por 1 segundo, diz “Muito bem, Bolt!”, dá o frango no ar e o coloca de volta. Bolt está um pouco tenso no início, mas o frango o distrai. Ela faz isso 5 vezes por sessão, 3 vezes ao dia.
  • Dia 11 em diante (Passo 4): Maria começa a levantar Bolt por 5 segundos, dando vários pedacinhos de frango enquanto ele está no colo. Ela o coloca de volta antes que ele mostre qualquer sinal de desconforto. Ao longo das semanas, o tempo no colo aumenta para 30 segundos, depois 1 minuto, sempre com petiscos e carinhos. Maria sempre termina a sessão enquanto Bolt ainda está feliz.

Com paciência e as técnicas certas, você pode ajudar seu cão pequeno a superar o medo ou o desconforto e transformar o ato de ser pego no colo em um momento de pura alegria e conexão entre vocês.

Quando Buscar Ajuda Profissional: Não Hesite em Pedir Ajuda

Mesmo com as melhores intenções e a aplicação das técnicas de treinamento, há momentos em que a ajuda de um profissional se torna indispensável para corrigir o comportamento de cães pequenos que rosnam ao serem pegos no colo. Reconhecer esses sinais e saber quando e quem procurar é um ato de responsabilidade e carinho para com seu pet e para a segurança de todos.

Sinais de Alerta Maiores: Quando o Rosnado Escala

Se o rosnado do seu cão está progredindo para outros comportamentos, é um forte indicativo de que você precisa de apoio especializado.

  • Rosnado que vira mordida: Se, apesar dos seus esforços, o rosnado se torna mais intenso, é acompanhado de tentativas de mordida (mesmo que sem contato) ou, pior, mordidas reais, a situação é séria. Isso mostra que o cão está se sentindo cada vez mais ameaçado e que as estratégias atuais não estão sendo eficazes o suficiente para ele.
  • Agressividade crescente: Observa uma piora geral no comportamento agressivo do seu cão em outras situações de manipulação ou guarda de recursos? Se ele está mais propenso a rosnar para pessoas, outros pets ou até mesmo perto de comida e brinquedos, isso sugere um problema comportamental mais profundo que exige intervenção.

Causas Complexas: Quando o Problema Persiste ou é Misterioso

Às vezes, a raiz do rosnado pode ser mais difícil de identificar ou o comportamento é tão enraizado que as técnicas básicas não são suficientes.

  • Problema persistente: Você seguiu todos os passos de dessensibilização e contracondicionamento com consistência, mas o rosnado continua ou não apresenta melhora significativa. Isso pode indicar que a causa subjacente é mais complexa do que se pensava ou que há fatores ambientais que estão reforçando o comportamento negativo.
  • Causa não identificada: Se você descartou a dor com um veterinário, mas ainda não consegue entender o que está desencadeando o rosnado (não parece ser medo, guarda ou falta de hábito), um profissional pode ajudar a desvendar o mistério. Eles possuem as ferramentas e o conhecimento para observar nuances no comportamento do cão e na dinâmica familiar.

Quem Procurar: Os Profissionais Certos para o Seu Cão

Ao buscar ajuda, é crucial escolher o profissional certo para a necessidade do seu cão.

  • Veterinário:
    • Quando procurar: É o primeiro e mais importante passo sempre que um comportamento agressivo como o rosnado surge do nada ou piora. Um veterinário pode realizar exames físicos, de sangue, radiografias, etc., para descartar qualquer causa médica de dor, desconforto ou condição neurológica que esteja afetando o comportamento.
    • Atenção: Algumas condições neurológicas ou hormonais podem alterar o temperamento do cão, fazendo com que ele reaja de forma inesperada à manipulação. A avaliação veterinária é inegociável.
  • Adestrador/Comportamentalista Canino Qualificado:
    • Quando procurar: Após descartada qualquer causa médica, este é o profissional ideal. Eles são especializados em comportamento canino e podem:
      • Avaliar o comportamento: Observar a fundo a interação entre você e seu cão, o ambiente e os gatilhos do rosnado.
      • Identificar a raiz do problema: Diferenciar se é medo, guarda de recursos, falta de socialização, etc.
      • Criar um plano de treinamento personalizado: Desenvolver estratégias específicas para o seu cão e sua família, adaptando as técnicas de dessensibilização e contracondicionamento para as necessidades individuais. Eles podem, inclusive, ajudar a ensinar o seu cão a associar sua mão a algo positivo, mesmo em situações difíceis.
    • Como escolher: Procure por profissionais com certificações reconhecidas, experiência com cães pequenos e que utilizem métodos de reforço positivo (evite qualquer um que sugira punição física ou aversivos). Peça referências e observe a interação deles com os cães.
  • “Comportamentalistas caninos reforçam que cães que rosnam não são ‘maus’, mas estão comunicando um desconforto. A punição nunca é a resposta, pois silencia o aviso e não resolve a causa subjacente do comportamento. A ajuda de um profissional pode ser crucial para reverter quadros mais complexos e garantir a segurança de todos, transformando o medo em confiança através do método correto e da paciência,” destaca a comunidade de especialistas em comportamento animal.

Lembre-se: pedir ajuda profissional não é sinal de fracasso, mas sim de amor e comprometimento com o bem-estar do seu cão pequeno. Uma intervenção precoce e qualificada pode transformar completamente a relação de vocês, garantindo que o momento de pegar no colo seja sempre de carinho e segurança.

Cães Pequenos Que Rosnam ao Serem Pegos no Colo

Conclusão: Construindo Confiança em Cada Abraço

Chegamos ao fim da nossa jornada para entender e corrigir o rosnado dos cães pequenos ao serem pegos no colo. A principal mensagem é clara: o rosnado do seu pet não é desobediência, mas sim uma comunicação vital que busca expressar desconforto, medo ou até dor. Ao desvendar as possíveis causas e aplicar as técnicas de dessensibilização e contracondicionamento com paciência e carinho, você pode transformar esse momento em uma demonstração genuína de afeto e confiança.

Lembre-se que cada cão é único e o processo pode levar tempo, mas a dedicação vale a pena para fortalecer o vínculo entre vocês. Que tal colocar essas dicas em prática e observar a reação do seu cãozinho? Compartilhe nos comentários qual estratégia funcionou melhor para você ou se tem alguma dúvida que ainda não abordamos.

E se você quer aprofundar ainda mais seu conhecimento sobre como adestrar seu pequeno amigo de forma positiva, não deixe de conferir nosso artigo Adestramento Positivo para Cães Pequenos: Como Recompensar Corretamente.

1 thought on “Cães Pequenos Que Rosnam ao Serem Pegos no Colo: Como Entender e Corrigir o Comportamento com Carinho

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *